A Segunda Edição do SP Offshore: Consolidando São Paulo como Referência no Setor Energético
No dia 25 de outubro de 2023, o Santos Convention Center foi o palco da segunda edição do SP Offshore, um evento que reuniu mais de 1.300 participantes entre especialistas, representantes da indústria e autoridades públicas. Com o objetivo de consolidar a importância de São Paulo no cenário energético nacional, o encontro abordou temas estratégicos como licenciamento ambiental, gás natural e inovação tecnológica. O foco na modernização do processo de licenciamento ambiental destacou-se como uma necessidade premente, já que esse fator é considerado um dos principais entraves para o desenvolvimento do setor.
A Modernização do Licenciamento Ambiental
Os debates centraram-se na modernização do licenciamento ambiental, um aspecto essencial para atrair investimentos. Francisco Bulhões, gerente-executivo de Relações Institucionais da PRIO, enfatizou a falta de uma legislação federal consolidada como um desafio, afirmando que "desde 1981 convivemos com portarias que deixam brechas". A busca por maior segurança jurídica é um consenso entre os especialistas do setor, conforme destacou também Rafael Lyrio, coordenador do Comitê de Desenvolvimento do Offshore Paulista (CDOP). Para ele, a harmonização das legislações é crucial para criar um ambiente mais estável e propício para investimentos.
Desafios do Mercado de Gás Natural
Outro tema em destaque foi o mercado de gás natural. Felipe Matoso, da Petrobras, mencionou o potencial do setor, mas também os desafios impostos por custos elevados e baixa escala. Mario Zanini, da Hoegh LNG, complementou, dizendo: "temos um mercado restrito e um gás caro". A consultora da EIC, Diana Obermüller, projetou um crescimento de 3,5% na demanda por gás até 2034, mas chamou a atenção para a necessidade de regras claras e estáveis para esse avanço.
Inovação Tecnológica no Setor Offshore
A transformação digital surgiu como um ponto focal nas discussões. Antônio Carvalho, da ABB, apresentou avanços em automação e inteligência artificial, que estão reduzindo em até 40% a necessidade de presença humana em plataformas. Lauro Puppim, da Saipem, destacou o desenvolvimento de um veículo submarino autônomo, que representa um orgulho para o setor nacional. A conexão entre inovação e academia, mencionada por Rodrigo Chamusca, da Ocyan/Nexio, enfatiza a importância de parcerias com universidades e startups para evolução do setor.
São Paulo como Polo Estratégico
O evento também foi marcado pela assinatura de documentos importantes, como um memorando de entendimento entre a Petrobras e o governo estadual, além do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), que irá abrir caminho para o futuro leilão do Porto de São Sebastião. São Paulo se apresenta cada vez mais como um hub offshore estratégico, refletindo um crescimento significativo em relação à edição anterior do evento.
Conclusão: Perspectivas Futuras para o Setor Energético
Em suma, a segunda edição do SP Offshore não apenas consolidou o papel de São Paulo no cenário energético, mas também destacou a necessidade urgente de modernização e harmonização das legislações e processos. A inovação, aliada ao potencial do mercado de gás natural e a inserção do setor produtivo nas discussões regulatórias, podem ser os motores que impulsionarão o crescimento desejado. Com uma participação recorde no evento, é evidente que o setor está se preparando para um futuro promissor.
tags:SP Offshore,licenciamento ambiental,gás natural,inovação tecnológica
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