Tarifaço de Trump: Um golpe na economia da Baixada Santista

Tarifaço de Trump: Um golpe na economia da Baixada Santista

A recente decisão do presidente americano Donald Trump em aumentar as tarifas de impostos em 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos acende um sinal de alerta para toda a cadeia produtiva do Brasil, especialmente no Estado de São Paulo, onde se localiza a Baixada Santista, o maior porto da América do Sul. Essa nova medida entrará em vigor no dia 1º de agosto. O governo Lula já declarou que também poderá implementar a reciprocidade, o que significaria que produtos importados dos EUA se tornariam mais caros para os brasileiros.

O impacto direto dessa decisão será sentido em um local que concentra 38% do PIB nacional. O Porto de Santos, um dos mais importantes centros de exportação e importação, cujos números expressivos mostram que 22,2% das trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos passam por suas instalações, pode enfrentar desafios significativos. Dados revelam que um em cada cinco dólares nas trocas bilaterais entre os dois países transita pelo cais santista, perdendo apenas para a China com 47,1%.


O setor portuário estima uma potencial queda de até US$ 40 bilhões (aproximadamente R$ 220 bilhões), o que representa cerca de 60% da arrecadação do estado de São Paulo neste ano. Essa diminuição nas exportações pode levar a uma pressão inflacionária ainda maior, desvalorização do real e um aumento significativo no desemprego, especialmente em setores exportadores.

Atualmente, os Estados Unidos mantêm um superávit de US$ 253,3 milhões em relação ao Brasil, indicando que o Brasil importa mais do que exporta. Os principais produtos comprados pelo Brasil incluem motores e máquinas não elétricas, óleos combustíveis, e trigo, enquanto os principais itens exportados são o petróleo bruto, carne bovina, e o icônico suco de laranja brasileiro.

São Paulo é um player crucial nesse panorama, pois cidades como Matão e Limeira são conhecidas por sua produção de laranja, contribuindo com 79% do suco comercializado mundialmente, sendo os Estados Unidos o maior consumidor desse produto. O Porto de Santos é responsável por exportar 95% do suco de laranja do Brasil, além de uma significativa porcentagem de café e açúcar.


Diante de toda a importância do Porto de Santos, há terminais dedicados ao embarque de sucos, incluindo a Citrosuco e a Cutrale. No entanto, as entidades representantes desses setores ainda não se manifestaram sobre os impactos das novas tarifas. A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos já havia previsto, em abril, que a sobretaxa de 10% poderia inflacionar em R$ 585 milhões a carga tributária, diferenciando-se agora com um aumento previsto de quase R$ 3 bilhões.

Prefeituras da Baixada Santista, como Santos, Guarujá e Cubatão, também acompanham a situação de perto, registrando a importância do mercado americano nas exportações locais. Embora ainda não se tenha uma projeção exata do impacto financeiro nas arrecadações municipais, todos expressam preocupação sobre o futuro.

Com isso, a atual crise econômica traz à tona a necessidade de aprendizado e disciplina por parte de toda a cadeia produtiva, com a esperança de que a persistência possa superar os desafios impostos por essa nova realidade de tarifas. O que resta é aguardar o desenvolvimento dessa situação e seus desdobramentos nos próximos meses.

Leia mais sobre o Porto de Santos e sua importância para a economia. tags:tarifa, exportação, economia, Porto de Santos

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